sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Análise: Ten - Once


Depois de ter postado uma análise preliminar do Ten, começo a colocar os textos de cada música, começando por "Once", que abre o primeiro álbum do Pearl Jam. Todos os créditos ao membro Stip, do fórum Red Mosquito, que escreveu todos os textos.

LETRA:

I admit it...what's to say...yeah...
I'll relive it...without pain...
Backstreet lover on the side of the road
I got a bomb in my temple that is gonna explode
I got a sixteen gauge buried under my clothes, I play...
Once upon a time I could control myself
Ooh, once upon a time I could lose myself, yeah...

Oh, try and mimic what's insane...ooh, yeah...
I am in it...where do I stand?
Oh, Indian summer and I hate the heat
I got a backstreet lover on the passenger seat
I got my hand in my pocket, so determined, discreet...I pray...
Once upon a time I could control myself
Ooh, once upon a time I could lose myself, yeah...

You think I got my eyes closed
But I'm lookin' at you the whole fuckin' time...

Ooh, once upon a time I could control myself,
Once upon a time I could lose myself,
Once, upon a time I could love myself,
Once upon a time I could love you...
Once (4x)



-Once-



O álbum começa com o escapismo de “master/slave”; profunda, confortadora e nebulosa, com uma voz sussurrando por trás de um véu sombrio. A melodia é penetrante e meditativa, até que se mistura ao riff cortante de abertura de “Once”: pesado, raivoso e violento. É um contraste poderoso. 

“Once” aparece como um aviso – é uma música de autodestruição, uma música para os desesperadamente perdidos. Até agora não está claro se há um caminho de volta, por isso o fundamental é focar-se em descobrir como parar antes de chegarmos a um extremo. Algo está terrivelmente errado com o cantor, ele está no meio de uma profunda crise existencial que faz com que seja cortado totalmente do resto da humanidade. Nós nunca sabemos exatamente o que aconteceu com essa pessoa, e não está claro se ele sabe também; o som estridente das guitarras fazem um ótimo trabalho ao refletir essas distrações na sua cabeça e na sua vida. Talvez seja possível achar algumas respostas na profundidade da “master/slave”, mas não aqui nessa música. 

Agora é tarde demais, ele alega que o passado não tem dor, e que o que tiver acontecido com ele se foi e encontra-se no passado, mas o refrão expõe a mentira – cheia de dor, raiva e arrependimento. Pelo menos uma vez na vida o mundo fez sentido, mas esse tempo se foi, ele não sabe como voltar e as consequências são severas. Ele já não consegue se entender, amar-se, ou, pior de tudo, amar os outros. Ele está insatisfeito, ignorado e sofrendo. A maioria dos personagens que encontramos no Ten estão sozinhos, mas nunca sozinhos em uma paz silenciosa, onde é possível refletir sobre algo e começar de novo. O isolamento tem como par o ódio e o medo, e tem forte relação com a violência (excessiva nessa música, mas sem perder o sentimento) – o ódio de uma geração pronta para causar danos caso não consigam entender o que fazer em seguida (danos a si mesmo, danos aos outros, ou os dois ao mesmo tempo). Havia um tempo em que ele tinha um lugar. Agora ele pertence a lugar nenhum e à ninguém, o que serve como uma boa sequência para “Even Flow”.

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